Hazel Grace é uma jovem de 16 anos que lida diariamente com o impacto do câncer em sua vida. Em meio a tratamentos e incertezas, ela busca refúgio em suas paixões e hobbies. Mas um livro em particular acaba conquistando um espaço único em seu coração: Uma Aflição Imperial, de Peter Van Houten. Esse livro, no entanto, não é exatamente um ponto de alegria, mas de identificação. Ele conta a história de uma jovem que morre precocemente em decorrência de um tumor. Mas por que essa história tão triste conquistou o coração de Hazel?

Hazel, assim como a personagem de Uma Aflição Imperial, também convive com o medo e a incerteza do que o futuro lhe reserva. O livro se torna, assim, uma válvula de escape para sua dor e suas reflexões. Mas não só isso: ele também lhe dá alguma segurança, mesmo que ilusória. Se uma história se passa do jeito que deveria (ou seja, com um final triste), ela não se sentirá tão solitária em sua luta. Outro fator que a atrai para Uma Aflição Imperial é a figura do autor, Peter Van Houten. Apesar de nada se saber sobre ele, Hazel acaba criando um vínculo com o escritor, que acaba se tornando uma espécie de confidente das aflições dela. Isso, claro, só aumenta ainda mais a mistificação do livro.

O livro se torna uma parte importante do processo de autodescoberta de Hazel. Ela percebe que não está sozinha em sua dor e angústia, e também começa a vislumbrar horizontes além do câncer. Os temas do amor, da perda e da superação se tornam cada vez mais presentes não só na história de Uma Aflição Imperial, mas também em sua própria realidade. Hazel enxerga que é possível encontrar pequenos momentos de felicidade e contentamento, mesmo que o pensamento na morte permeie sua rotina.

A Culpa é das Estrelas, de John Green, é um livro que toca muitos corações. Não só pelo romance emocionante entre Hazel e Gus, mas também pelas reflexões profundas acerca da vida, da existência e do sentido do amor e da perda. Mas, sem dúvida, a escolha de Uma Aflição Imperial como o livro favorito de Hazel fala muito sobre a jornada dela. O câncer pode limitar a sua existência, mas o amor pela leitura e a busca por identificação e compreensão pode ajudar a encontrar consolo e força.